Assim nascem os textos... Sem avisar... Bater na porta, ou mandar recados... Não se mostram, apenas chegam, e chegando não findam... São perenes, reais e eternos...

Por: Beth Brito

terça-feira, setembro 22, 2009

Se RACHOU, tá SECO!


Num truviá de relampejo

avisto um menino,

Banguelo

Com a mão no queixo,

As unha grudenta

Que dá uma pena

Puxando um jumento...


Dois pote d'água

Pra mode equilibrar,

Sorri assustado

Vendo nóis passar

No carro ligeiro

Mas não a passeio,

Fomo trabaiá...


E um carrim de mão,

Se serve, é pra quê?

Ninguém lá faz feira

Num tem nem comer,

O que carregar

Nessa terra seca

Pra pudê vender?


Farinha!

Carregá farinha

Das boa,

Branquinha...

Água, fogo e sal

Mexendo, mexendo

Tá pronto o mingau...


Óia o armoço minino!

Corre todos cinco,

Se assentam no chão,

Pra comer calado,

sem reclamação

Deixe o buxo cheio

E tome pirão!


Fazer o quê?

Todos perguntam...

E assim vão vivendo

De inverno a verão

Sem pão pra comer,

Passou 4 anos

Chegou eleição!


Entra ano, sai ano

E a conversa é essa,

Um aperto de mão

10 contos nas pressa

Num se afobe não

Ano que vem "eu" faço

Chover no sertão!


BETH BRITO - SERTANEJO SÓ
20/09/2009
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