Assim nascem os textos... Sem avisar... Bater na porta, ou mandar recados... Não se mostram, apenas chegam, e chegando não findam... São perenes, reais e eternos...

Por: Beth Brito

segunda-feira, setembro 05, 2011

Águas


Giro a torneira... Derramo as letras

No chão resseco, a água é você...

Na distância, na demora, na ausência

No tempo...

De pés na areia fina e úmida que refresca,

Eu sei que deveria ter deixado nas ondas que molharam os meus pés...

Secou quase tudo,

Olhos, boca e o oceano que existiu,

E muitas vezes, dei um jeito de me consolar

E nada mais...

Guardando em mim aquelas águas...

Hoje, demoradamente, de quando em vez

Caíram algumas letras,

Eis aqui derramadas no chão resseco:

Nessa estrada, o vazio de você.

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