Assim nascem os textos... Sem avisar... Bater na porta, ou mandar recados... Não se mostram, apenas chegam, e chegando não findam... São perenes, reais e eternos...

Por: Beth Brito

domingo, agosto 30, 2009

Descrevendo a ilusão...


12:oo h...

Almoço...

Família...

Restaurante...

E bem na mesa a frente um casal...

Noivos.

Um de frente para o outro,

Mas, não se olhavam,

Não conversavam,

Não sorriam,

Não se tocavam,

Estavam perto, alí

Frente a frente...

Mas, não estavam mais juntos!

Nós ríamos de tudo...

Inclusive da demora!

Ele... Olhar distante,

Horizonte que era rua...árvore...vitrais...

Ela... Desconsolada...

Calada,

Mão no queixo...

Esperando o almoço chegar...

Juntos porque?

Noivos para quê?

Casar?

Calen-se...

Murchem...

Desfoquem o olhar...

Sintan-se tristes...

Chorem...

Se arrependam...

Briguem...

Façam as pazes...

Casem...

Vivam como dois estranhos...

Ótimos faróis para o desespero da noite...

Ótimos guias da desilusão...

Excelente estímulo para os solteiros...

Desafios para um psicólogo,

Desastre para um possível filho,

Estímulo para um poeta!

Que ao pegar um guardanapo e uma caneta

Se atreve a descrever essa ilusão...

Ilusão do estar perto!

Frustração por estar junto.


Beth Brito

30/08/2009



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