Assim nascem os textos... Sem avisar... Bater na porta, ou mandar recados... Não se mostram, apenas chegam, e chegando não findam... São perenes, reais e eternos...

Por: Beth Brito

terça-feira, novembro 24, 2009

RECIFE SEM CHÃO


Passa o trem em meio a massa
Quanta gente! Quanta raça!

olhos claros, escuros, puxados
Particularidades em seus traços

Passa o sambista chinês
Frevando com o sorriso largo,

Lá vem o índio português

Tropeçando com seu passo em falso

E quem disse que o gingado afro
Não se encontra em terras distintas?
Onde axé, frevo e cangaço

Se misturam numa mesma esquina


Rostos mil na cidade
Desperta, cativa, ilumina
Eis aqui, eu, mais um palhaço
Com papel, lápis e rima

A escrever vermelhas frases

A ludibriar a noite,

E a cidade em babilônia
Vive o gozo do cruel açoite.
..

Beth Brito
2009

2 comentários:

  1. Filha,

    Teus textos mexem com tudo... nervos, corrente sanguínea; razão e emoção...realidade nua, escancarando o panorâmico vel dos olhos de quem não ver um palmo diante o nariz... Que texto forte. Muito muito muito bom mesmooooo.lembrei-me de uma música:

    "A gente trabalha
    O ano inteiro
    por um momento de sonho
    pra fazer a fantasia
    de rei, de pirata ou jardineira
    E tudo se acabar na quarta feira"...

    Te amo minha filha.

    Frederico basan

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  2. Muuuuuuuuuiitoo bommmmmmm...
    Saudade de te ver!

    òsculos e amplexos.

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